Tempo curto é desafio para Ancelotti moldar seleção
RAFAEL RIBEIRO/CBF/DIVULGAÇÃO - Era Ancelotti. Ainda no hotel em que a
seleção brasileira está concentrada, o treinador italiano conversa com os jogadores.
O primeiro desafio será contra o Equador, na quinta-feira, em Guayaquil
Ancelotti tem 1º de 46 dias do projeto 2026; o que dá para fazer até lá?
3 Jun 2025 - O Globo
RAFAEL OLIVEIRA rafael.oliveira@extra.inf.br
Até a abertura da Copa, daqui a um ano, treinador terá só 46 dias de trabalho efetivo com os jogadores. O primeiro foi ontem, visando à sua estreia no comando da seleção, contra o Equador, na quinta-feira. Prancheta a postos, conversas com os jogadores e trabalho no campo. Passada a semana de visitas às instalações da CBF e primeiras idas a jogos no Brasil, Carlo Ancelotti ergueu as mangas e começou a trabalhar com os jogadores da seleção. Ontem, o grupo de convocados se apresentou em São Paulo e já iniciou as atividades com o italiano visando aos jogos contra Equador, na quinta, e Paraguai, dia 10. Não deu nem para aguardar o trio de finalistas da Champions (Marquinhos, Beraldo, ambos do PSG, e Carlos Augusto, da Inter de Milão), que chegou só no fim do dia. A corrida contra o tempo será uma tônica da era Carletto.
Com praticamente um ano até a Copa, ele terá pouco tempo de contato com os jogadores. Tanto na duração dos períodos de treinamento quanto no total de dias até o Mundial.
Até 11 de junho de 2026, para quando está marcada a abertura da Copa, Ancelotti terá trabalhado por 46 dias com os atletas. Como ainda não está definida a data da estreia do Brasil (o sorteio dos grupos será apenas no fim do ano), há a possibilidade de ele ganhar alguns dias a mais. Mas é certo que não serão muitos.
Outro desafio a mais para o técnico é que todos os encontros serão em pílulas. Até o jogo contra o Paraguai, Ancelotti terá seus primeiros nove dias reunido com os jogadores. Em 2025, ele ainda terá mais duas datas Fifa com a mesma duração cada uma. No ano que vem, serão mais duas: uma em março e outra em junho, sempre com nove dias.
Esta última servirá como período para a realização dos ajustes finais —com a possibilidade de realização de amistosos —, já que ela emenda com o início da competição. Isso significa que Ancelotti terá até a data Fifa de março para fazer suas observações e testes antes de anunciar a convocação para o Mundial dos EUA, México e Canadá.
O pouco tempo de convívio reforça a perspectiva de que Ancelotti não chega para promover qualquer tipo de inovação tática. Além de não ser o seu perfil, ele não terá tempo para isso.
Este cenário deve levar o treinador a buscar a um modelo de jogo semelhante ao do Real Madrid treinado por ele nas últimas três temporadas, potencializando a liderança de Vini Jr. no ataque. O próprio Ancelotti já admitiu em entrevistas recentes que usará o trabalho feito no clube espanhol como sua referência.
VANTAGEM DOS ‘EUROPEUS’
Já em relação à briga por posições, estas condições dão vantagem aos atletas com experiência no exterior, principalmente no futebol europeu. O repertório adquirido pelo maior convívio com diferentes ideias táticas os deixa mais prontos para assimilar a proposta de Ancelotti. Não à toa, já em sua primeira convocação o italiano promoveu o retorno de Casimiro, sabidamente seu homem de confiança no meio. Apesar de não vestir a Amarelinha há um ano e meio, o volante do Manchester United volta como favorito a ser titular.
O ponto de partida para esta luta contra o tempo foi dado ontem, numa reunião no hotel em que a seleção está concentrada. Ancelotti foi apresentado ao grupo pelo coordenador de seleções Rodrigo Caetano e, em seguida, fez sua primeira apresentação na qual pôde passar suas ideias e planos para a seleção e o período de treinamentos.
À tarde, no CT Joaquim Grava, do Corinthians, o grupo foi a campo pela primeira vez diante do técnico. Além do trio da final da Champions ausente, cinco jogadores que atuaram no domingo pelo Brasileirão fizeram apenas um trabalho regenerativo: os rubro-negros Léo Ortiz, Alex Sandro, Danilo e Gerson e o palmeirense Estevão. Para completar a atividade foram usados cinco jovens da base corintiana.
Hoje, o técnico poderá trabalhar com o grupo completo pela primeira vez. Suspenso pelo terceiro cartão amarelo, Raphinha está fora da partida contra o Equador, mas ficará novamente à disposição para o confronto diante do Paraguai.
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FOTO: LÍVIA VILLAS BOAS/CBF/DIVULGAÇÃO
Estreia e gol da vitória da seleção
Com o gol de Jhonson (foto), de 19 anos, em seu primeiro jogo pela seleção, o Brasil derrotou o Japão por 2 a 1, ontem, em Bragança Paulista, no segundo e último amistoso contra as asiáticas. O outro gol foi marcado por Ishikawa (contra). Seike abriu o placar para as visitantes. “Agradeço ao Arthur (Elias) por acreditar no meu futebol. É um sonho realizado”, festejou. No primeiro amistoso, na sexta-feira passada, a seleção também venceu (3 a 1). Agora, o Brasil se prepara para a Copa América, a partir de 12 julho, no Equador, que garante duas vagas nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-2028.
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