Vitória e vaga na Copa
NELSON ALMEIDA/AFP
Gol da vitória. Vini Jr. reedita parceria com Ancelotti no Real e garante triunfo
Ataque evolui, Brasil confirma vaga, mas tem caminho a percorrer
11 Jun 2025 - O Globo
RAFAEL OLIVEIRA Enviado especial SÃO PAULO
Seleção mostrou evolução ao ganhar do Paraguai por 1 a 0 na Neo Química Arena, em São Paulo, selando a classificação para a Copa do Mundo de 2026. Foi a primeira vitória sob o comando de Ancelotti, com gol de Vini Jr., velho conhecido do treinador. Dentro do possível, Carlo Ancelotti não poderia ter feito estreia melhor diante do público brasileiro. Vitória, vaga na Copa do Mundo de 2026 e uma atuação, principalmente no primeiro tempo, que permite acreditar na melhora da seleção até daqui a um ano. Apesar do placar magro, o 1 a 0 empolgou a torcida presente na Neo Química Arena, em São Paulo, pelas soluções propostas pelo treinador, que conseguiu uma evolução no sistema ofensivo em boa parte do jogo.
— O resultado era necessário: ganhar em casa para nossos torcedores e já classificar para a próxima Copa do Mundo, que era o nosso objetivo. Agora o Mister vai ter mais tempo para a gente trabalhar, para ver o que a gente pode melhorar — comentou Vini Jr., que jogou mais próximo da forma como fazia no Real Madrid com o próprio Ancelotti e foi o autor do gol da vitória.
Claro que ainda há o que melhorar. Mas o técnico terá um ano para isso. Em setembro, o Brasil enfrenta Chile e Bolívia no encerramento das Eliminatórias.
A torcida tratou de mostrar que acolheu Ancelotti. Durante o anúncio da escalação, seu nome só não foi mais festejado do que o de Hugo Souza, do Corinthians (dono do estádio). Na entrada das equipes, um mosaico com as palavras “Parabéns, Carletto” recebeu o técnico, que completou 66 anos ontem.
A festa só não ficou mais bonita porque uma tradição em jogos da seleção foi quebrada: a de torcedores com camisas de clubes rivais juntos. Por determinaçãoda Secretaria de Segurança de São Paulo, qualquer roupa com referência a times foi vetada. Importante lembrar que, no estado, os clássicos são com torcida única.
A rivalidade deu as caras na arquibancada, nitidamente de maioria corintiana. Os nomes dos jogadores do Palmeiras que jogam pelo Paraguai e pelo Brasil foram vaiados no anúncio das escalações. As manifestações mais fortes foram para Gustavo Gómez. Mas também sobrou para Estêvão.
Apesar disso, co mabola rolando, o apoio foi total. Até porque, desde o princípio, o Brasil jogou o futebol impositivo que o torcedor esperava ver. Prevendo que o Paraguai seria pouco propositivo, Ancelotti levou acampo um time mais ofensivo. Além do quarteto Martinelli, Vini Jr., Matheus Cunha eRaph inha, alinha mais à frente ainda contou com a presença de Vanderson.
O que se viu foi um Brasil no 3-2-5 que empurrava o adversário contra a sua própria área. Com o time bem compactado, Casemiro e Bruno Guimarães também jogavam bem próximos à linha de ataque, ajudando a fazer a conexão do jogo.
FLUIDEZ NO ATAQUE
Nesse cenário, o problema da falta de um meia articulador foi resolvido, já que o time avançava em bloco e trocava passes com fluidez no entorno da área paraguaia. A troca de posições entre os atacantes também foi um trunfo. Embora jogassem mais por dentro, Vini e Raphinha revezavam nos lados, respectivamente, com Martinelli e Vanderson. Matheus Cunha, que recebeu a função de ser o homem mais centralizado, era o único que parecia ter mais dificuldade ali.
Se a falta de um 10 não se fez presente, a de um camisa 9, sim. A seleção não conseguiu fazer seu domínio no primeiro tempo se converter em muitas grandes chances. Claro que a superlotação de paraguaios na área também colaborou para essa dificuldade. O lance em que Cunha cabeceia para o meio da área, quando tinha condições de fazê-lo em direção ao gol, foi sintomático desse problema.
Mas bastou que as peças funcionassem da maneira esperada paraogolsairaos43.Numlance em que três paraguaios decidiram marcar Raphinha, Cunha atacouoclarãoabertonadefesa, conseguiu ficar com a bola e cruzou para a pequena área. Vini teve a inteligência de entender seu movimento e se antecipou à zaga para concluir a gol.
A etapa final apresentou um cenário totalmente diferente. Ancelotti fez alguns testes, como recuar Matheus Cunha e inverter Martinelli e Vini de posição.Talvezquisessedeixar o time mais preparado para uma pressão maior do Paraguai, o que, de fato, aconteceu. Mas não funcionou.
O Paraguai ficou tempo demais com a bola, e o Brasil teve dificuldade com a pressão na saída. Ainda assim, teve as melhores chances e não levou grandes sustos e conduziu até o fim o placar que lhe garantia a vaga na Copa. Agora, é se preparar para 2026.
Commenti
Posta un commento