Brasil não sai do zero na estreia de Carlo Ancelotti


RODRIGO BUENDIA / AFP 

Reforço na terça
Raphinha, que cumpriu suspensão ontem, estará à disposição na terça-feira, no jogo contra o Paraguai

6 giu 2025 - O Estado de S. Paulo.
RICARDO MAGATTI

A seleção brasileira empatou sem gols com a do Equador, em Guayaquil. Erros antigos persistiram, como passes errados e falhas de posicionamento defensivo, mas o italiano ( foto) comandou apenas um treino completo, lembra o colunista Marcel Rizzo.

Foi a estreia de Carlo Ancelotti no comando do Brasil. No entanto, em alguns momentos, o duelo de ontem com o Equador, que terminou sem gols em Guayaquil, lembrou mais o time treinado por Dorival Júnior. O desempenho sem brilho reforçou o que o renomado treinador italiano já sabia: terá muito trabalho para reerguer a seleção brasileira.

O empate não tirou o Brasil do quarto lugar. São 22 pontos que ainda não garantem a seleção na Copa do Mundo de 2026. O Equador, com 24 pontos, é o vice-líder.

Em que pese ser uma tarefa complicada ganhar do Equador em sua casa, foi um Brasil fosco em Guayaquil. Mas Ancelotti teve apenas três sessões de treino com esse grupo. É esperado que, passados outros treinamentos e com mais tempo juntos, esses jogadores entreguem mais e o italiano possa dar a sua cara a essa equipe.

Também será importante para o treinador ter o retorno de figuras relevantes, como o atacante Raphinha, que estava suspenso e retorna contra o Paraguai. O duelo, marcado para terça-feira, às 21h45, na Neo Química Arena, pode garantir a seleção na Copa, a depender de outros resultados.

VELHOS ERROS. Da área técnica, Ancelotti viu a seleção errar como errava com Ramon Menezes, Fernando Diniz e Dorival Júnior. Passes ruins e escolhas equivocadas mataram ataques e a equipe repetiu a imensa dificuldade de criar, de botar a bola no chão, triangular e envolver o adversário.

Defensivamente, foi segura a atuação do Brasil. O ataque pouco produziu. Viveu de brilharecos de Vini Jr, que não estava na melhor de suas noites – como raramente está quando veste a ‘amarelinha’ – e de contragolpes puxados por Estêvão. Em um deles, o garoto desarmou o zagueiro e passou para Richarlison. A bola sobrou para Gerson, que rolou para Vini chutar para o gol, mas o atacante não conseguiu finalizar.

No segundo tempo, Alisson trabalhou mais. O goleiro do Brasil foi seguro nas investidas equatorianas, muitas delas em cruzamentos pelas pontas. Um chute de longa distância de Estupiñán foi o que mais causou problemas ao arqueiro.

Na etapa final, o Brasil criou apenas um lance, mas Casemiro chutou fraco e o goleiro Valle defendeu com facilidade.

O sonho do hexa, por enquanto, está distante.

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MARCEL RIZZO
Time repete erros; mas técnico teve pouco tempo

Carlo Ancelotti escalou homens de sua confiança, como Vini Jr., Casemiro e Richarlison, sendo que estes dois foram deixados de lado por Fernando Diniz e Dorival Júnior, seus antecessores. Mas o técnico não fechou os olhos aos novatos para enfrentar o Equador, em sua estreia à frente da seleção brasileira com um empate sem gols.

Alexsandro, zagueiro do Lille, da França, não apenas foi convocado pela primeira vez, como também estreou como titular. Para diferenciá-lo de Alex Sandro, o veterano lateral do Flamengo, a CBF incorporou o sobrenome Ribeiro ao anunciar a escalação.

Estêvão foi outra novidade (e não foi bem). Curiosamente, nas entrevistas que concedeu, Ancelotti seguiu o discurso habitual de outros treinadores, pregando cautela com os jovens. Disse que talentos como Estêvão e Endrick ainda estão em fase de aprendizagem. Na prática, no entanto, o italiano não hesitou em colocar o jovem de 18 anos em campo.

Taticamente, a seleção mostrou a defesa um pouco mais sólida, com Casemiro se destacando em comparação aos jogos recentes. O “volantão” se posicionou à frente da zaga e deixou claro: quem duvidar de sua presença na Copa pode estar cometendo um erro.

No ataque, dois atletas abertos, Vini Jr. e Estêvão, e Richarlison centralizado. Mas com um detalhe: os pontas tinham liberdade para circular pelo campo, buscar a bola e romper pelo meio. A presença de um centroavante indica que Ancelotti não pretende abrir mão da figura do “nove”, ao contrário do que vinham fazendo Diniz e Dorival Jr. Dificilmente será Richarlison, caso repita a atuação apática. Matheus Cunha entrou no segundo tempo, mas Pedro deve ser uma opção para as próximas listas.

Dois nomes certos no time de Carletto estavam ausentes em Guayaquil. Raphinha, suspenso, segue com o grupo e jogará na próxima terça-feira, contra o Paraguai, em São Paulo. Já Rodrygo, pupilo do técnico no Real Madrid, está lesionado e só deverá ser convocado para as partidas de setembro.

Persistem erros antigos: passes errados, lançamentos sem destino e falhas de posicionamento defensivo. Natural, afinal o italiano comandou apenas um treinamento completo.

Ancelotti é um dos melhores da atualidade, mas não é mágico. Até a convocação para a Copa do Mundo, em maio do próximo ano, serão mais nove jogos. O tempo é curto, mas haverá mais treinos e, principalmente, maior observação de jogadores. Esta primeira lista foi uma mescla do que pensa Carletto com os relatórios elaborados pela diretoria de seleções da CBF.

***

Casemiro e Vini Jr. confiam em evolução com o técnico italiano

Os jogadores da seleção brasileira consideraram bom o empate com o Equador em Guayaquil. Eles admitem a necessidade de a equipe evoluir e confiam que isso ocorrerá sob o comando de Carlo Ancelotti. “A gente sabe que tem de melhorar bastante. Valorizo bastante a experiência que ele (Ancelotti) tem. A primeira coisa (a fazer) é o ambiente. Devolver a confiança dos jogadores. Hoje já vimos um Vini querendo bola, com confiança. O Vini do Real Madrid’’, disse o volante Casemiro.

Vinícius Júnior comemorou a estreia do técnico que chamou de “o melhor com quem ele pôde trabalhar”.

“Claro que ele não teve tempo de mostrar seu trabalho, seu plano de jogo. Acredito que a torcida brasileira tem de seguir junto. A gente vai com força máxima (na próxima rodada). Jogar em casa é sempre bom. Faz tempo que a seleção não joga em São Paulo”, disse o atacante do Real Madrid.

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