Quanto os times brasileiros poderão ganhar


10 Jun 2025 - O Globo
NELSON LIMA NETO nelson.neto@oglobo.com.br

Documento obtido pela coluna do Ancelmo Gois no GLOBO detalha premiações para participantes da Copa do Mundo de Clubes. Botafogo, Fla, Flu e Palmeiras poderão receber de R$ 82 milhões a R$ 554 milhões

From page 34 Um documento obtido pela coluna do Ancelmo Gois, no GLOBO, detalha os valores que Botafogo, Flamengo, Fluminense e Palmeiras poderão receber por suas participações e prêmios por desempenho na Copa do Mundo de Clubes da Fifa, que começa neste sábado, nos Estados Unidos.

Ao assinar o contrato com as equipes, a Fifa garantiu às agremiações da Conmebol o pagamento de US$ 15,2 milhões (mais de R$ 82 milhões) como parte do chamado “pilar de participação”. Lembrando que esse valor pode variar ligeiramente de acordo com o câmbio feito pelos clubes.

No dia 29 de maio, foram depositados US$ 12,2 milhões (R$ 65,8 milhões) desse montante — conforme confirmado pelo presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, durante reunião com conselheiros na semana passada.

O valor restante funcionará como caução, destinado a cobrir despesas logísticas durante a competição.

No dia 27 de junho, será creditado o saldo final do pilar de participação — os US$ 3 milhões (mais de R$ 16 milhões) que ficaram retidos —, além do início dos pagamentos do chamado “pilar esportivo”, que recompensa o desempenho dos clubes eliminados ainda na fase de grupos.

Já no dia 15 de agosto, mais de um mês após o fim do torneio, ocorrerão pagamentos residuais referentes à etapa inicial da competição. No dia 30 de setembro, será realizado o depósito dos valores devidos aos times que tiverem avançado às fases decisivas, bem como de outras premiações eventuais, encerrando assim o ciclo de repasses aos participantes.

O pilar esportivo contempla bonificações baseadas no rendimento em campo. Cada vitória na fase de grupos renderá US$ 2 milhões (algo em torno de R$ 10,8 milhões), enquanto empates garantirão US$ 1 milhão (por volta de R$ 5,4 milhões). A simples classificação para as oitavas de final assegura um acréscimo de US$ 7,5 milhões (mais de R$ 40 milhões).

Os valores aumentam progressivamente conforme o clube avança na competição e são acumulativos. Chegar às quartas de final adiciona mais US$ 13,125 milhões (R$ 70 milhões); atingir as semifinais, US$ 21 milhões (R$ 113 milhões). O vice-campeonato garante um prêmio adicional de US$ 30 milhões (R$ 162 milhões), enquanto o título assegura ao vencedor a quantia de US$ 40 milhões (R$ 216 milhões).

Desta forma, um clube brasileiro pode ganhar de um mínimo de US$ 15,2 milhões (cerca de R$ 82 milhões), caso seja eliminado na primeira fase sem pontuar, a um máximo de US$ 103,025 milhões (aproximadamente R$ 554 milhões), caso vença todos os jogos da primeira fase e seja campeão.

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Quem bater as oitavas vai faturar R$ 138 milhões, equivalentes ao faturamento do Sport em 2024 inteiro

O paradoxo da Copa de Clubes

RODRIGO CAPELO

A disputa concomitante de diferentes competições gera distorções na competitividade entre times — às quais estamos mais do que acostumados, já nem percebemos. Quem disputa a Libertadores e a Copa do Brasil precisa de um elenco maior para lidar com o desgaste e ainda jogar o Brasileiro. Quem já foi eliminado ou nem se classificou para os torneios de matamata, tem como recompensa o foco nos pontos corridos. Maluquices do calendário contemporâneo.

A Copa do Mundo de Clubes vai elevar esse problema a uma nova potência. A partir de agora existem dois potes: o dos que vão ganhar dinheiro e o dos que vão ter uma intertemporada para treinar e, possivelmente, melhorar o desempenho no restante da temporada. Coisa que só vai acontecer com brasileiro, e mais alguns, já que as principais ligas da Europa e da América do Sul são jogadas entre agosto e maio. A Fifa fez o novo Mundial pensando nelas, não em nós.

No pote do dinheiro, estão Botafogo, Flamengo, Fluminense e Palmeiras. E é muito dinheiro. Só por participar da Copa, R$ 85 milhões. Cada vitória na fase de grupos, mais R$ 11 milhões. Se alguém chegar às oitavas de final, mais R$ 42 milhões. Não sabemos se dá para sonhar com quartas ou além, então sejamos conservadores no cálculo. Paremos por aqui. Quem bater as oitavas vai faturar R$ 138 milhões, equivalentes ao faturamento do Sport em 2024 inteiro.

As premiações são o ganho direto e mais óbvio, mas há os indiretos e trabalhosos. Exposição das marcas de patrocinadores em transmissões nacionais e internacionais, possivelmente com metas contratuais batidas e pagamentos de bônus. Engajamento das bases de sócios-torcedores, ativações de consulados fora do Estado de origem. Fora a construção da marca, do intangível, ao colocar seus escudos diante dos grandes clubes europeus e do resto do mundo.

Enquanto esses quatro vão proporcionar aos seus torcedores o mês mais divertido do ano, e aos seus dirigentes, o mais rentável, os outros 16 vão treinar. Recuperar a condição física, tratar lesões, trabalhar aspectos técnicos e táticos; tarefas espremidas entre quarta e domingo, frequentemente negligenciadas. Não será divertido para torcedores, nem rentável para dirigentes, mas a intertemporada fará um bem sem precedentes para os profissionais.

Pode parecer natural, um infortúnio, mas não é. A tradição brasileira de jogar a temporada de fevereiro a dezembro demonstra mais um ponto problemático, quando gera distorções esportivas em suas principais competições e coloca clubes num paradoxo. A classificação para a Copa de Clubes obviamente é positiva e se deve festejar, mas desgasta a capacidade física e mental de atletas e treinadores, e consequentemente prejudica o futebol deles na volta.

Somado a outros fatores, como o impacto das transferências no meio da temporada para mercados europeus, esse problema recoloca o ponto: não está na hora de adequar o calendário ao europeu? De agosto a maio? Como os clubes estão mais ou menos unidos para fundar a liga, e a CBF está com presidente novo, aparentemente disposto a mexer no que precisa ser mexido, talvez esse seja o melhor momento para rever culturas e convenções.

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VASCO
Clube rescinde com Payet e anuncia diretor

A hora do adeus entre o meia Dmitri Payet e a torcida do Vasco chegou. O clube anunciou ontem a rescisão contratual com o jogador francês. As conversas já aconteciam há alguns dias e chegaram a um denominador comum. Payet tinha contrato com o Vasco até 31 de julho. Reserva em 2025, o jogador não entra em campo desde abril, quando sofreu lesão no joelho direito em derrota para o Ceará, na quarta rodada do Brasileirão. Payet chegou ao clube em 2023 e fez gols importantes na luta contra o rebaixamento. Aos 38 anos, o francês deixa o clube com 8 gols e 16 assistências em 77 jogos. À noite, o Vasco anunciou o português Admar Lopes como novo diretor executivo de futebol do clube. O diretor de 41 anos estava no Bordeaux, da França. A direção vascaína buscava a contratação de um profissional para a função desde a saída de Marcelo Sant'ana, demitido no último dia 12 de maio.

FLUMINENSE
Soteldo reforça elenco tricolor no Mundial

O Fluminense acertou a contratação do atacante Soteldo, do Santos. Com salário acima de R$ 1 milhão, o atacante de 27 anos assinou contrato até o fim de 2028. O tricolor se comprometeu a pagar US$ 5,5 milhões (cerca de R$ 30,5 milhões) de forma parcelada por 50% dos direitos econômicos com o Peixe, que repassará a outra metade ao Tigres-MEX, conforme informou Diogo Dantas, no GLOBO. Além desse valor, pode precisar arcar com gatilhos no vínculo, relacionados ao desempenho do atleta.

As partes incluem uma dívida do venezuelano com a gestão do Santos de US$ 500 mil, que foi repassada ao tricolor, além de um valor extra de US$ 2 milhões (R$ 11 milhões), caso os cariocas não vendam o jogador até o fim de 2026. A diretoria tem até hoje para inscrevê-lo na Copa do Mundo de Clubes, com o fechamento da janela. Ele se juntará à delegação nos EUA depois de representar a Venezuela contra o Uruguai, hoje, pelas Eliminatórias.

FLAMENGO
STJD recebe inquérito sobre Bruno Henrique

A procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) recebeu o inquérito da Polícia Federal que investigou a relação de Bruno Henrique com suspeita de manipulação de apostas esportivas. A procuradoria agora avaliará se denuncia ou não o jogador. O prazo legal é de até 60 dias, mas deve haver um posicionamento bem antes disso, pela dimensão do caso, informou o blog do Diogo Dantas no GLOBO. O inquérito foi finalizado na última sextafeira pelo auditor Maxwell Borges de Moura Vieira. Além da procuradoria, os representantes do camisa 27 também receberam o documento, que passou ao procurador do STJD, Paulo Dantas, para apreciação do relatório. A defesa deve se manifestar em breve — o jogador já depôs. A investigação apura se Bruno Henrique recebeu um cartão amarelo de forma intencional durante a partida contra o Santos, pela 31ª rodada do Brasileirão de 2023.

BOTAFOGO
Joaquín Correa chega amanhã aos EUA

Depois de dias com o negócio encaminhado, o Botafogo finalmente fechou a contratação de Joaquín Correa. O clube carioca e o atacante argentino conseguiram a liberação da Inter de Milão, que tinha contrato com o atleta até o próximo dia 30 de junho, para o Mundial de Clubes. O contrato terá validade por dois anos e meio, até o fim de 2027. Com o vínculo assinado, Correa ficará à disposição do técnico Renato Paiva para estrear pelo Botafogo no Mundial de Clubes. Assim como o centroavante Arthur Cabral, o argentino se apresentará já nos Estados Unidos. Enquanto a delegação alvinegra chegou ao país, em Los Angeles, ontem, Correa deve se apresentar amanhã. Ao todo, o Botafogo acertou cinco contratações nesta janela do Mundial de Clubes. Além dos atacantes Correa e Cabral, o alvinegro também já anunciou o meia Álvaro Montoro, o zagueiro Kaio Pantaleão e o goleiro equatoriano Christian Loor, de 19 anos.

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