NOVELA COM FINAL FELIZ
Futebol Após longa negociação, CBF anuncia Carlo Ancelotti como novo técnico da Seleção
"O impacto de Ancelotti vai além de resultados; ele é um estrategista que transforma equipes em lendas. O Brasil, com sua tradição única, e Ancelotti, com sua visão revolucionária, formarão uma parceria que vai entrar para a história"
Ednaldo Rodrigues Presidente da CBF
13 May 2025 - Correio da Bahia
Estadão Conteúdo
REPORTAGEM redacao@correio24horas.com.br
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou ontem Carlo Ancelotti como novo técnico da Seleção. O treinador italiano de 65 anos chega para a vaga de Dorival Júnior, demitido em março, com a missão de espantar a crise e dar confiança ao combinado nacional de olho na Copa do Mundo de 2026, entre junho e julho, nos Estados Unidos, México e Canadá.SHUTTERSTOCKItaliano Carlo Ancelotti tem 65 anos e foi campeão por diversos clubes na Europa
“Trazer Carlo Ancelotti para comandar o Brasil é mais do que um movimento estratégico. É uma declaração ao mundo de que estamos determinados a recuperar o lugar mais alto do pódio. Ele é o maior técnico da história e, agora, está à frente da maior seleção do planeta. Juntos, escreveremos novos capítulos gloriosos do futebol brasileiro”, afirmou Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF.
Ancelotti era o sonho de Ednaldo para o cargo. As investidas pelo treinador italiano começaram ainda em 2023. Em julho daquele ano, a CBF anunciou Fernando Diniz, então técnico do Fluminense, como treinador interino do Brasil até a chegada do multicampeão. Contudo, a contratação não se confirmou e a entidade foi atrás de Dorival, que ficou 14 meses no cargo e foi demitido após goleada por 4x1 sofrida para a Argentina.
As conversas por Ancelotti foram retomadas em abril e demandaram intensa negociação por parte da CBF. A entidade chegou a receber duas negativas e viu o Real Madrid dificultar negócio. Com a temporada europeia chegando ao fim, as tratativas evoluíram para um final feliz. A tendência é que o espanhol Xabi Alonso assuma a equipe madrilenha.
No período em que a Seleção esteve sem treinador, o diretor executivo Rodrigo Caetano e o gerente de futebol Juan têm viajado para assistir partidas in loco e elaborar relatórios para a próxima convocação. A lista com pré-selecionáveis deve ser enviada até 18 de maio à Fifa, e convocados devem ser chamados até o dia 26.
O Brasil encara o Equador, em 5 de junho, na cidade de Guayaquil, e enfrenta o Paraguai, no dia 10, na Neo Química Arena. A Seleção Brasileira está na quarta posição da tabela de classificação, com os mesmos 21 pontos de Uruguai, em terceiro, e Paraguai, em quinto. A Colômbia. com 23, é a segunda colocada.
RELAÇÃO COM BRASILEIROS
Ancelotti tem histórico de ótima relação com jogadores brasileiros. Atletas do país se destacaram e brilharam ao serem comandados pelo treinador europeu.
Kaká, por exemplo, chegou ao Milan em 2003 sob influência de Carlo Ancelotti. Comandado pelo italiano, ele atingiu o auge da carreira, sendo eleito o melhor jogador do mundo em 2007. Kaká é o brasileiro que mais vezes foi comandado por Ancelotti, totalizando 270 partidas. No Milan, outros atletas nacionais também foram bem com o técnico, como Dida, Serginho, Cafu, Leonardo, Rivaldo, Emerson, Roque Júnior, Ronaldinho Gaúcho, Alexandre Pato e Ronaldo Fenômeno.
Quem também se tornou o melhor jogador do mundo nas mãos de Carlo Ancelotti foi Vini Jr. O atacante do Real Madrid venceu o prêmio “The Best” da Fifa em dezembro de 2024. O último brasileiro a conquistar a honraria tinha sido justamente Kaká, em 2007. Nas duas passagens de Ancelotti pelo Real, vários jogadores brasileiros fizeram sucesso, como Marcelo, Casemiro, Rodrygo e Éder Militão.
Na Inglaterra, quando o treinador italiano esteve à frente do Everton entre 2019 e 2021, o atacante Richarlison ganhou relevância no cenário do futebol europeu e mundial.
Ancelotti treinou na carreira os seguintes clubes: Reggiana, Parma, Juventus, Milan, Chelsea, PSG, Real Madrid, Bayern de Munique, Napoli e Everton. O italiano já levantou 30 troféus na carreira.
ESTRANGEIRO
Ancelotti entra para uma lista curta de estrangeiros que dirigiram o futebol masculino do Brasil. Antes dele, o uruguaio Ramón Platero, o português Joreca e o argentino Filpo Núñez foram os nomes.
O último deles foi Núñez, há 60 anos, em 1965, inserido em um contexto específico. Na época, era treinador do Palmeiras, que, devido à força do elenco, foi escolhido para representar a Seleção em duelo com o Uruguai, no jogo de inauguração do Mineirão.
Ou seja, o argentino comandou seus atletas palmeirenses vestidos com a camisa do Brasil. Ao fim da partida, vitória brasileira por 3x0, com gols de Rinaldo, Tupãzinho e Germano. Em 1969, Núñez se naturalizou brasileiro.
Também dirigiu a Seleção o português Jorge Gomes de Lima, Joreca, em 1944, porém dividia a função com o brasileiro Flávio Costa, conhecido principalmente por seu trabalho no futebol carioca. A parceria durou dois jogos contra o Uruguai, ambos vencidos pelo Brasil - por 6x1 e 4x0.
Já o primeiro estrangeiro de todos foi o uruguaio Ramón Platero, que também já treinou a seleção do próprio país. Ele fez sucesso no Vasco, por isso treinou a Seleção no Sul-Americano de 1925.
O torneio foi disputado com a participação de Brasil, Argentina e Paraguai. Os brasileiros venceram os dois jogos contra os uruguaios, mas perderam por 4x1 e empataram por 2x2 nos duelos com os argentinos, que acabaram o campeonato como campeões.
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SUCESSO NO FUTEBOL
30 títulos Carlo Ancelotti conseguiu como técnico na carreira. Foram outros 14 como jogador, quando vestiu a camisa de times como Milan e Roma
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